domingo, 8 de março de 2009

Gordos por ti, Corinthians

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E o Fenômeno voltou. Jogo esperado há um ano por todos os corinthianos que tiveram que suportar um longo 2008 de segunda divisão, sem clássicos, sem grandes partidas, uma emoção ali e outra acolá - ainda mais considerando-se que o treinador era o Mano. Não obstante, um vice-campeonato na Copa do Brasil, perdendo para o surpreendente Sport, que atualmente tem se dado bem na Libertadores.

Deixando tudo isso de lado, começou um 2009 com a diretoria vendendo esperança para os torcedores alvinegros. Eu, incrédulo, sempre disse que a contratação de Ronaldo era mais marketing que melhoria técnica do time. Ainda bem que a gente se engana.

Antes do jogo, a família estava dividida. A mãe neutra, eu e minha irmã alvinegros e meu irmão e o pai da família alviverdes. Ou seja, a ansiedade tomou conta da casa. Duas horas antes, o rádio e a TV já estavam ligados em sintonia com Presidente Prudente. No Bolão do Lancenet!, no meio da semana apostei 1x1 na partida, lembrando sempre que o Palmeiras está um timasso, mas também que clássico é clássico. E deu certo.

O jogo de hoje foi chato no primeiro tempo. Aliás, chatíssimo. Nem parecia clássico. Estava entediante. Na cama, estava eu com a camisa sagrada de 77. Do lado, em sua cama, meu irmão com sua camisa alviverde do ano passado.

No primeiro tempo, poucas chances para o Corinthians. O maior perigo foi uma cabeçada do Palmeiras com a força de um chute que o goleiro Felipe jogou muito bem para escanteio. Mas, em suma, o primeiro tempo não merece mais comentários além de "chato", então comentemos o segundo tempo. Aliás, Mano Menezes, cagão, não teve hombridade de voltar logo com Dentinho no intervalo, mantendo o poste do Souza no ataque e tirando-o aproximadamente aos 10 minutos. Além de comprovar a ruindade do jogador, ainda o submete a vaias da torcida. Merecidas, sim, mas evitáveis pelo treinador. Vida que segue. À essa altura, o Palmeiras já estava à frente do placar com um gol de vantagem. Falha do Felipe? Talvez. Na hora, crucifiquei o goleiro corinthiano, mas depois de ver que a dupla de zaga também falhou e que o time não pôde treinar naquele gramado porque o Luxa, detentor do mando de campo, não permitiu que o Corinthians o fizesse, tratei de perdoá-lo.

Depois entra R9 e eu, ainda incrédulo, não botei muita fé, mas esperava dele qualquer jogada que pudesse desequilibrar. Aos 33 minutos, Ronaldo dá um chute espetacular lá onde folcloricamente diz-se ser o local onde a coruja dorme. Um chute maravilhoso! No momento, disse a meu irmão: "Porra, se essa bola entra o mundo ia acabar, ia ser um golaço".

Seguindo o jogo, o time criou uma ou outra oportunidade. Dentinho tentou criar alguma coisa, mas suas pedaladas ineficazes na lateral de campo continuam irritando o torcedor. Vê se aprende, moleque. O Palmeiras teve muito mais chances que o Corinthians no segundo tempo. Nos contra-ataques, com a defesa mosqueteira geralmente desorganizada, o time verde perdeu algumas chances de matar ali a partida. E não foram perdoados.

Aos 44 do segundo tempo, Ronaldo ainda dribla um zagueiro na lateral esquerda, avança na grande área e cruza de canhota. André Santos, na entrada da pequena área cabeceia no cantinho do gol palestrino, mas o goleiro Bruno espalma para escanteio. Não deu nada. Em seguida, aos 41, o camisa 14 do Palmeiras, Fabinho Capixaba, é expulso ao receber o segundo cartão amarelo. Após, aos 44 do segundo tempo, Chicão ainda chuta uma bola dentro da grande da área, após cruzamento originado da cobrança da falta da expulsão, que passa muito perto do gol. À essa hora, sem muita fé num gol de empate, já tinha tirado minha camisa alvinegra de 77, dobrado e guardado na mala, já que após o jogo eu pegaria carona com um amigo meu com destino a outra cidade. Mas a troquei por uma camisa que homenageia o Doutor Sócrates, o Magrão. E que sorte ela trouxe.

Finalmente, aos 46, Douglas lança Elias dentro da área. A bola sobra na lateral direita alvinegra, próximo ao bandeirinha. O jogador do Palmeiras que retomara a bola para o time faz lambança, a bola volta para Elias, mas Marcão joga a bola para escanteio. Enfim, Douglas acerta um cruzamento, a bola passa por todos, inclusive pelo goleiro Bruno, e de forma mágica, no segundo poste da trave, a bola vai de encontro com a cabeça fenomenal de Ronaldo. Gol! E o mundo caiu. Saí correndo e gritando muito. Quem estivesse dormindo nas proximidades àqueles horas, sinto muito, mas acordou na mesma hora. Corri pela casa inteira. Meu irmão continuou no quarto sem conseguir crer no que via. Fui de encontro com minha irmã, vestida belamente de Corinthians, que via o jogo junto ao pai. Corri, pulei, gritei, abracei-a e rodopiamos gritando muito, muito mesmo. Uma sensação incrível.

É por essas e outras que todos os dias tenho que te dizer: obrigado por tudo, Corinthians. R9, seja bem-vindo a essa grande loucura chamada Corinthians. Obrigado por hoje e boa sorte nessa caminhada que tem tudo para dar certo. E galera do Manchester United, realmente vocês têm razão. Só existe um Ronaldo mesmo, e felizmente ele joga no alvinegro de Parque São Jorge. Vai, Corinthians!

Créditos para as fotos: Globoesporte.com.

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