sexta-feira, 13 de março de 2009

Zabé da Loca

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Senhoras e senhores, Zabé da Loca:

Tocadora de pífano.

Tornou-se conhecida como Zabé da Loca quando morou por 25 anos numa loca (gruta).

Retirou-se do sertão pernambucano para a Paraíba ainda menina. Conheceu logo o trabalho rural, sem chances de freqüentar a escola. Aos sete anos aprendeu a tocar "pife", conforme os sertanejos chamam o instrumento, com o irmão Aristides, do qual não sabe mais o paradeiro. Dos 15 irmãos, Zabé viu morrer oito, de fome, sede e doença. Passou a vida entre o trabalho com a enxada e o ofício do pífano.

Teve que conviver com o assédio dos donos das fazendas em que trabalhou quando jovem. Por conta desta situação, engravidou e deu a luz a uma menina. Mais tarde, encontrou seu companheiro, Delmiro, já falecido, com quem teve dois filhos. Com grandes dificuldades de ordem financeira, ao ter sua casa desmoronada, Zabé foi morar com a família sob duas pedras na Serra Tungão, permanecendo lá por 25 anos. Precisando trabalhar na roça, e não tendo com quem deixar as crianças, cavava buracos no chão, sob as sombras da árvores, cobrindo-os com trapos, para que ficassem ali protegidas até o fim de sua jornada de trabalho.

Mora atualmente no assentamento Santa Catarina, município de Monteiro, sertão da Paraíba, distante 322 quilômetros de João Pessoa.

Fonte: Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira






O Um Que Tenha disponibilizou seu último disco para download. Basta clicar aqui.

Além disso, não custa conferir informações sobre o disco que o NordesteWeb descreveu muito bem aqui e também a Revista RAIZ..

Inclusive, Chico César, em seu último disco, fez uma música em homenagem a essa grande mulher brasileira:

Ouça aqui

Salve Zabé!

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Pense numa pisada

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Rapaz, pense num forrozin arrochado.

Eita que numa pisada dessa dá pra ir até o sol raiar!

Clique aqui



Buli com tu / Chegadinho / Forró Brasil
(Trio Virgulino)

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Jogador do Newcastle não respeita a Lei de Gil

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Atualmente jogando no Newcastle, o jogador espanhol Xisco, que inclusive já foi convocado à Seleção Espanhola, teve seu - digamos - segredo revelado recentemente.

Ocorre que alguém descobriu algumas fotos suas se relacionando explicitamente com outras pessoas do mesmo sexo de maneira a confrontar com as regras estabelecidas pela Lei de Gil - a regra que também norteia os criadores desse blog.

Mal intencionada ou não, o fato é que essa pessoa espalhou via Internet essas fotos. Ou seja, agora todo mundo sabe.

Para conferir essa afronta imperdoável à Lei de Gil, clique aqui.

Herege!! Queimem-no!!

Créditos para o Bar Deportes pela divulgação dessa heresia.

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quarta-feira, 11 de março de 2009

Chega ao fim a batalha com o Maquinista?


Pra quem não sabe, moro há 30m da linha do trem, que passa pelo Centro de Curitiba, mais precisamente na Av. Pres. Afonso Camargo - em frente am moinho Anaconda. Bem por isso, conheço bem essa pequena, mas insinuante - como um Midas antagônico, parte da malha ferroviária da capital.

O Maquinista, ou o Co-maquinista, bate o ponto ás 6:30h, dependendo do dia até antes, varia nos fins de semana, varia, varia, VARIA A CARGA, que são turistas, e dia de semana, geralmente, são grãos. E trabalha, o desgraçado, até ás 23h~0h. O pior é pensar que de fato esse terror sonoro é necessário, pois volta e meia vemos um carro atravessado na linha do trem.

Outro fato é que já me acostumei, não acordo, nem com chute na nuca, mas quando acordo, levante, alongo minha coluna e então ele buzina, ah !*&#&*!*!!!!11, bolinhas da sabão.

Bem agora vem a notícia boa, mesmo que já houvesse essa hipótese há uns 5, há uns 3, há uns 2, anos atrás.. mais uma esperança: NOVO Projeto Urbanimo quer tirar o trem da capital.

Mesmo que, a questão turísticas é altamente recomendável, porque a malha ferroviária que vai até Paranaguá, Antonina.. é de uma beleza natural excitante, a via pelo meio da cidade é conflitante com o bom humor da população.

Isso que não contei quando o trem estraga, fazendo com que a cidade não abra suas portas, pelo menos da rodoferroviária sentido centro.

Porque o desgraçado do Marcelinho Paraíba declarou que "tem interesse em ficar até o fim do ano", mas assinou um contrato que o libera de qualquer boa proposta na primeira janela pra gringa?

Que é um bom jogador, que vai dar certo no Coxa, não há dúvidas, mas, cacetada, fala logo que o interesse é zero.

Flamengo não paga, tem gente que não trabalha de graça, ô futebol carioca, alegria do meu Brasil, meu carnaval viril.

Créditos: Paraná-Online

terça-feira, 10 de março de 2009

Tabelas das séries A e B e troca de famílias rivais

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Ontem, a CBF divulgou a tabela detalhada dos Brasileirões das séries A e B, disponível no seguinte endereço:

Tabela Série A 2009

Tabela Série B 2009

Mas a dica do dia fica por conta do programa da TV Record chamado Troca de Família. No programa dessa semana, que vai ao ar nas terças e nas quintas, às 22h45, haverá a troca entre uma família de integrantes da torcida organizada Gaviões da Fiel com uma família da Mancha Verde, ambas rivais.

Segundo os bastidores, aconteceu de tudo nesse espisódio, o que só poderá ser visto a partir de hoje. Portanto, vale a pena conferir!

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Um Paraíba incomoda muita gente, dois Paraíbas incomodam muito mais!!!!

Ronaldo? Que nada!

Marcelinho Paraíba chegou ao Glorioso ontem pela tarde e vem pra comandar a equipe no ano do seu centenário. A torcida espera a oportunidade para ver em ação a dupla Carlinhos Paraíba e Marcelinho Paraíba.

Anotem aí, essa dupla dará o que falar!

Rumo a Tóquio!!

Créditos da Foto: Gazeta do Povo

segunda-feira, 9 de março de 2009

Torcedores de verdade

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Quando falo em "torcedores de verdade", é óbvio que excluo aqueles covardes que se escondem atrás das cores de um uniforme e de grupos de prepotentes para cometerem crimes, estragarem o espetáculo e afastarem pessoas com boas intenções dos estádios.

Eis aqui, minha gente, um exemplo de torcedores reais do futebol:



E parabéns à Rede Globo pela iniciativa. Seria bom se todo mundo valorizasse e respeitasse o que posso chamar de bom torcedor. Afinal, sem nós, seriam apenas 22 homens correndo atrás de uma bola.

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Ébrios, a nós

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Em homenagem a todos os ébrios, trago esse clássico:




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"Um homem abandonado pela mulher que busca consolo nas garrafas". Para que mais descrição? Sensacional. Porém, aí vai a sinopse:

Ele encarna um homem que perde toda a fortuna, é ignorado pela família e afoga as mágoas no fundo do copo, como nos versos da canção mais conhecida do cantor: "Tornei-me um ébrio e na bebida busco esquecer/Aquela ingrata que eu amava e que me abandonou/ Apedrejado pelas ruas vivo a sofrer..."

Depois de vagar sem destino, ele encontra um padre, que o convida a morar na sacristia. Sonhando em terminar o curso de Medicina, ele se inscreve em um programa de calouros e acaba contratado.

Com o sucesso, torna-se um cirurgião famoso e se casa com uma enfermeira, mas o destino continua a perseguir o infeliz ébrio, que ainda enfrentará muitas decepções. (Cássia Borsero)

Fonte: ZAZ Cinema
http://www.terra.com.br/cinema/drama/ebrio.htm

Ainda existe a do Adorocinemabrasileiro.

Para download do filme, abrir o Emule e clicar no seguinte endereço: Emule. Créditos, MkO.

Sensacional!

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domingo, 8 de março de 2009

Gordos por ti, Corinthians

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E o Fenômeno voltou. Jogo esperado há um ano por todos os corinthianos que tiveram que suportar um longo 2008 de segunda divisão, sem clássicos, sem grandes partidas, uma emoção ali e outra acolá - ainda mais considerando-se que o treinador era o Mano. Não obstante, um vice-campeonato na Copa do Brasil, perdendo para o surpreendente Sport, que atualmente tem se dado bem na Libertadores.

Deixando tudo isso de lado, começou um 2009 com a diretoria vendendo esperança para os torcedores alvinegros. Eu, incrédulo, sempre disse que a contratação de Ronaldo era mais marketing que melhoria técnica do time. Ainda bem que a gente se engana.

Antes do jogo, a família estava dividida. A mãe neutra, eu e minha irmã alvinegros e meu irmão e o pai da família alviverdes. Ou seja, a ansiedade tomou conta da casa. Duas horas antes, o rádio e a TV já estavam ligados em sintonia com Presidente Prudente. No Bolão do Lancenet!, no meio da semana apostei 1x1 na partida, lembrando sempre que o Palmeiras está um timasso, mas também que clássico é clássico. E deu certo.

O jogo de hoje foi chato no primeiro tempo. Aliás, chatíssimo. Nem parecia clássico. Estava entediante. Na cama, estava eu com a camisa sagrada de 77. Do lado, em sua cama, meu irmão com sua camisa alviverde do ano passado.

No primeiro tempo, poucas chances para o Corinthians. O maior perigo foi uma cabeçada do Palmeiras com a força de um chute que o goleiro Felipe jogou muito bem para escanteio. Mas, em suma, o primeiro tempo não merece mais comentários além de "chato", então comentemos o segundo tempo. Aliás, Mano Menezes, cagão, não teve hombridade de voltar logo com Dentinho no intervalo, mantendo o poste do Souza no ataque e tirando-o aproximadamente aos 10 minutos. Além de comprovar a ruindade do jogador, ainda o submete a vaias da torcida. Merecidas, sim, mas evitáveis pelo treinador. Vida que segue. À essa altura, o Palmeiras já estava à frente do placar com um gol de vantagem. Falha do Felipe? Talvez. Na hora, crucifiquei o goleiro corinthiano, mas depois de ver que a dupla de zaga também falhou e que o time não pôde treinar naquele gramado porque o Luxa, detentor do mando de campo, não permitiu que o Corinthians o fizesse, tratei de perdoá-lo.

Depois entra R9 e eu, ainda incrédulo, não botei muita fé, mas esperava dele qualquer jogada que pudesse desequilibrar. Aos 33 minutos, Ronaldo dá um chute espetacular lá onde folcloricamente diz-se ser o local onde a coruja dorme. Um chute maravilhoso! No momento, disse a meu irmão: "Porra, se essa bola entra o mundo ia acabar, ia ser um golaço".

Seguindo o jogo, o time criou uma ou outra oportunidade. Dentinho tentou criar alguma coisa, mas suas pedaladas ineficazes na lateral de campo continuam irritando o torcedor. Vê se aprende, moleque. O Palmeiras teve muito mais chances que o Corinthians no segundo tempo. Nos contra-ataques, com a defesa mosqueteira geralmente desorganizada, o time verde perdeu algumas chances de matar ali a partida. E não foram perdoados.

Aos 44 do segundo tempo, Ronaldo ainda dribla um zagueiro na lateral esquerda, avança na grande área e cruza de canhota. André Santos, na entrada da pequena área cabeceia no cantinho do gol palestrino, mas o goleiro Bruno espalma para escanteio. Não deu nada. Em seguida, aos 41, o camisa 14 do Palmeiras, Fabinho Capixaba, é expulso ao receber o segundo cartão amarelo. Após, aos 44 do segundo tempo, Chicão ainda chuta uma bola dentro da grande da área, após cruzamento originado da cobrança da falta da expulsão, que passa muito perto do gol. À essa hora, sem muita fé num gol de empate, já tinha tirado minha camisa alvinegra de 77, dobrado e guardado na mala, já que após o jogo eu pegaria carona com um amigo meu com destino a outra cidade. Mas a troquei por uma camisa que homenageia o Doutor Sócrates, o Magrão. E que sorte ela trouxe.

Finalmente, aos 46, Douglas lança Elias dentro da área. A bola sobra na lateral direita alvinegra, próximo ao bandeirinha. O jogador do Palmeiras que retomara a bola para o time faz lambança, a bola volta para Elias, mas Marcão joga a bola para escanteio. Enfim, Douglas acerta um cruzamento, a bola passa por todos, inclusive pelo goleiro Bruno, e de forma mágica, no segundo poste da trave, a bola vai de encontro com a cabeça fenomenal de Ronaldo. Gol! E o mundo caiu. Saí correndo e gritando muito. Quem estivesse dormindo nas proximidades àqueles horas, sinto muito, mas acordou na mesma hora. Corri pela casa inteira. Meu irmão continuou no quarto sem conseguir crer no que via. Fui de encontro com minha irmã, vestida belamente de Corinthians, que via o jogo junto ao pai. Corri, pulei, gritei, abracei-a e rodopiamos gritando muito, muito mesmo. Uma sensação incrível.

É por essas e outras que todos os dias tenho que te dizer: obrigado por tudo, Corinthians. R9, seja bem-vindo a essa grande loucura chamada Corinthians. Obrigado por hoje e boa sorte nessa caminhada que tem tudo para dar certo. E galera do Manchester United, realmente vocês têm razão. Só existe um Ronaldo mesmo, e felizmente ele joga no alvinegro de Parque São Jorge. Vai, Corinthians!

Créditos para as fotos: Globoesporte.com.

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"Pirataria é desobediência civil", diz Gilberto Gil

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Estreiando no blog, finalmente dou as caras. Para quem ainda não entendeu, no nosso blog vale tudo: futebol, política, mulheres, música, enfim, só não vale aquilo que Gil (o jogador, não o músico) decretou em sua lei. Viva a Lei de Gil!!

Dito isso, vamos a outro Gil, o mestre baiano.

Estava navegando por comunidades interessantes no universo orkutniano quando tomei conhecimento da entrevista que Gilberto Gil, ex-Ministro da Cultura, deu ao Terra Magazine recentemente. Sempe lúcido, Gil comentou sobre a pirataria no Brasil.

E, por estar de acordo com o músico baiano, posto aqui trechos da entrevista.

Gilberto Gil: "Pirataria é desobediência civil"

Terra Magazine - A indústia fonográfica cedeu a essa nova democracia?
Gilberto Gil - Sim. Se não cedeu ainda, parcialmente ou em alguns aspectos, é uma questão de tempo, não tem muito mais para resistir. Não sei em que base essa lógica de hegemonia e dominância do modelo industrial da cultura, seja lá por que for, em que base eles vão buscar sustentar uma visão de manutenção dos seus interesses intactos. Não sei. Não vejo. Falo de democracia exatamente nesse sentido. Há um ímpeto. Tudo o que eles próprios criam, tudo o que é produzido pelo mundo hegemônico da dominância capitalista, é elemento de fortalecimento da base democrática. Você pega todas as novas tecnologias, tudo o que está na Bolsa da Nasdaq, os grandes empreendimentos da indústria de ponta no mundo... Eu estava falando de um computador de dez dólares! Vai estar aí o projeto da Índia e do Japão. Quando você fala de um computador de dez dólares, de qual exclusão digital você pode estar falando a médio prazo? No momento em que você tenha computadores espalhados por aí, como é que você vai evitar o MP3, o MP4 e etc. etc. etc.? Não vai.

Ainda pode haver uma RIA, a sociedade das indústrias fonográficas americanas, que faz lobby no Congresso, ainda pressiona a Suprema Corte americana pra não dar ganho de causa aos jovens... Ainda pode, por quê? Porque é a classe média americana, a sociedade americana que tem computador. Mas os grandes mercados mundiais da música ainda estão com eles, que ainda vendem discos, ainda vendem DVDs. No momento em que um menino lá da tribo de não sei onde, da periferia, tenha computador, e as lan-houses estejam em todas as casas, cada casa seja uma lan-house (risos), em todas as favelas... Como eles vão controlar o desenvolvimento? Não é o desdobramento natural dos produtos, das tecnologias, dos instrumentos, das ferramentas, que eles mesmos ofereceram?


No Brasil, não dá pra fazer uma inversão? Grande parte dos artistas se acomodou muito mais à visão conservadora do que a própria indústria fonográfica. Porque a indústria sente no bolso.
Sente mais rápido porque os artistas recebem por último! (risos) Eles recebem as migalhas que a indústria quer deixar pra eles. Mas quem recebe mesmo o volume polpudo é a indústria, eles é que sabem onde está o buraco. Eles estão começando... Mesmo que tenham chegado tarde também. Você vê que toda análise mais acurada que o sistema faz nos Estados Unidos e na Europa é de que eles chegaram tarde. Tanto é que eles não conseguiram muito mais, nem conseguem. A União Européia chegou primeiro do que eles, não é? Os fóruns informais mundiais, as redes mundiais, a blogosfera chegou primeiro. Todos chegaram primeiro do que eles.

Por que resistir?
Eles querem resistir. Porque isso é natural, eles são refratários, são acomodados, e são ciosos dos seus interesses, que eles tendem a interpretar como seus direitos. Acham que seus interesses têm que ser interpretados como seus direitos. Às vezes não são seus direitos, são só seus interesses, que não precisam ser respeitados como direitos. Não são direitos, não. A pirataria tem direito a desafiá-los. Pirataria é desobediência civil. Tem que ser vista assim, também. Não tem que ser vista só como criminalidade. Tem que ser vista como desobediência civil! Assim como os protestos das esquerdas, dos sindicatos...

É resposta à exclusão cultural?
É resposta à exclusão, um desafio para a criação de novos modelos, um desafio para a abertura de espaços mais democráticos, de participação. Não à toa está sendo politizada. O Partido Pirata já tem 2% do eleitorado na Suécia. Já tá concorrendo, já tem candidatos concorrendo na Alemanha. Por exemplo, nós já temos o OPP, o POP, Partido da Organização Pirata, na Suécia...

Tem que ser Pop mesmo...
É... No Brasil, devia ser Pop!

O Brasil já teve a pirataria avant-première, com Tropa de Elite.
Pois é! Coisas desse tipo. São antecipações irrecusáveis, que precisam ser feitas, porque são experimentalistas, são feitas com a missão generosa de ampliar os espaços, forçar a elasticidade. Não são necessariamente só associação criminosa. Então, a criação dos partidos da pirataria... Estou falando de três ou quatro países que já os têm, como a Suécia, uma civilização, uma sociedade irrepreensível, pelos nossos próprios padrões de leitura. Tá lá o partido advogando as questões da pirataria, colocando em leitos mais seguros, em canalizações mais convenientes a discussão sobre o que é propriamente crime, o que não é crime, o que deve ser descriminalizado, através de novas legislações. Uma idéia de que, ainda que seja pirataria hoje, não deverá mais ser pirataria amanhã.

Com sua obra, você abriu um flanco para a pirataria?
É evidente. Fiz propositalmente, pra dizer: nós precisamos ter bases experimentais para essa elasticidade, para essa visão nova, para essa nova formação de compartilhamentos. Fiz, fiz, porque fiz.

Mas foram dois flancos: na sua obra e no Ministério da Cultura, abrindo o debate.
Porque o Estado tem esse papel, o Estado renovado... Na nossa conversa anterior à entrevista, falávamos no papel da próxima eleição no Brasil. O discurso eleitoral vai ter que incorporar essas questões todas. Aqueles que almejem à presidência vão ter que cuidar dessas coisas, vão precisar falar dessas coisas, vão precisar trabalhar essas questões de uma forma mais adequada, mais contemporânea. Não vão poder ignorar essas questões. Ali, como ministro, eu disse: na parte que me toca, esse ministério é da Cultura e uma das questões a reformar no País é a Cultura, a interpretação do papel do Estado, do papel da sociedade, da sociedade do direito, o que é o Direito, quais são os direitos difusos que vão aparecendo cada vez mais, a partir de novas configurações de sociabilidade. Fiz mesmo. Fiz com toda consciência.


E o direito autoral? E a descentralização da cultura, que era uma das principais metas de sua gestão?
Claro, propriedade intelectual, direito autoral, patentes. O candidato (José) Serra, por exemplo, vai ser obrigado a colocar essas discussões fortemente na pauta dele. Porque ele, como ministro da Saúde, quebrou a patente (de medicamentos). Quer dizer, em função de interesses públicos. É isso! (risos) Vai ter que falar do assunto...

Pronto, jogou na agenda de Serra!
Na agenda... O Partido Pirata já devia estar cobrando... (risos)

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A entrevista na íntegra pode ser lida no seguinte link:

http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3605448-EI6581,00-Gilberto+Gil+Pirataria+e+desobediencia+civil.html