domingo, 29 de março de 2009

Uma noite com Nação Zumbi em Ponta Grossa

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E voltou a Nação Zumbi aos Campos Gerais paranaense. Já estávamos com saudade!

Passo a contar como foi o dia.

Na verdade, já tinha comprado o ingresso desde quarta-feira, quando o mesmo ainda estava no primeiro lote, ou seja, a R$15,00. Aí foi só aguardar.

Enquanto o show não rolava...

Sábado, às 10h, acordo. No dia anterior, a banda tocara em Curitiba. Will foi, mas Picles não. Aí fiquei na ansiedade, não tive notícia alguma sobre o que rolou no show. Enfim, era só esperar.

Fui almoçar às 15h40, no Costelão, churrascaria próxima daqui, para aproveitar e ver o clássico paulista que passaria na tevê. Acabou o primeiro tempo e voltei para casa, para ver o final do jogo.

Após o jogo, um amigo ligou para irmos ao shopping Palladium para tomarmos um chopp. Ele estava acompanhado de sua namorada, que eu conheço. Passamos um bom tempo bebendo lá, quando aparecerem os roadies da Nação Zumbi. Reconheci um deles pelo fato de ele ter me dado a tracklist ano passado. Mas todos estavam trajados de Nação Zumbi, impossível não pensar que eram os auxiliares da banda. Passaram do meu lado, gritei para um deles:

- Nação!
- Ô! - um deles respondeu.
- Tamo lá depois, velho!
- Valeu, até depois!

Eles foram em busca de comida, não quis atrapalhar muito. Foram se sentar bem longe de onde eu estava. Aí passaram-se alguns minutos e resolvi ir até a mesa deles. Quando estava próximo, eles se levantaram para ir embora. Aguardei um instante. Uma vez eles levantados, segui a direção, me encontrei com eles no "corredor" que as mesas da praça de alimentação proporcionava e falei novamente:

- Nação, rapazeada?
- Ô, com certeza! - respondeu um deles, com a camisa da Nação Zumbi preta, com "Técnica" atrás.
- Tamo lá depois rapazeada! - e bati no peito duas vezes, num sinal demonstrando algo como lealdade à banda.
- Valeu, velho, até depois!

Aí voltei à minha mesa, tomei mais algumas, conversamos - eu, meu amigo e sua namorada - sobre a diferença entre Nordeste e Sul, afinal, eu acabo sempre sucitando esse tema. Mas nada de fanatismos, é preciso respeitar as diferenças.

Conversamos, bebemos e tal. Aí olhei no celular: eram 21h:

- Meu Deus, vai começar o jogo do Coringão!

Me despedi, corri para o ponto de ônibus, esperei uns 15 minutos e fui direto para o bar onde a galera alvinegra se concentraria para assistir ao jogo. Eu moro perto, então fui até à minha casa, vesti uma camisa do Corinthians (antes, eu estava com uma camisa que diz "Bahia, terra da magia e do carnaval" e um colar altamente afrobaiano). Corri para o bar, paguei o preço para entrar e peguei as cervejas a que tinha direito. Puxei vários cantos, animei a galera. Afinal, Mano Menezes não consegue fazer isso.

Deu o primeiro tempo, corri para casa, tomei banho, vesti uma outra calça, uma camisa de Luiz Gonzaga comprada em João Pessoa, botei um boné preto na cabeça e coloquei um colar mais afrobaiano que o outro. Viva o Nordeste!

Isso devia ser umas 22h30. Arrumei tudo, coloquei no bolso tudo que precisava: celular, grana, identidade e o ingresso. Saí de casa e fui direto para o show, que se realizaria a 5 minutos da minha casa. Ó, mas que azar! No meio do caminho me lembrei que tinha me esquecido de alguma coisa para a banda autografar. Dei meia volta, entrei em casa novamente e peguei o encarte do disco Nação Zumbi para esse fim. Feliz de mim que moro perto do local.

Dei mais uma pernada e cheguei ao local. Entrando lá, reencontrei o mesmo cara responsável pela venda das camisas da banda que veio no ano passado, negociei uma camisa tamanho G (a única!) e falei para ele reservar, visto que eu não tinha onde guardar. Beleza, ele deixou de lado, reservada para mim.

Um minuto depois, apareceu o amigo com quem eu tinha combinado de encontrar e sua esposa. Nos cumprimentamos e ficamos conversando uns minutos. Nisso, entra um outro cara que conheci no estágio, este com sua namorada. Aí conversamos mais, conheci um cara que faz Direito no matutino e tal, e aí voltei para a mesa onde os amigos iniciais (Luís Virgílio e Ana) estavam. Aproveitei e deixei minha camisa na bola da Ana, assim como a tracklist que depois eu pegaria. Ainda estão com eles, tenho que ir lá pegar.

Lá, de repente apareceu Dengue, baixista da banda a se apresentar. Então, soltei da mesa onde estava sentado algo como:

- Dengue?!
- Opa, velho.
- E aí, meu velho. Muito prazer! Como vai?
- Tudo beleza, cara.

E aí já era, fizemos amizade. Depois que expliquei a Dengue que eu era um nordestino vivendo no Sul e que estava bastante ansioso para o show, já era. Conversei uns 10 minutos com o baixista da Nação Zumbi, como se fosse um cara qualquer num bar. Super gente fina! Dengue, preocupado em relação à distância de onde estou morando, fez uma pergunta sobre um item que todo nordestino dá extrema relevância:

- E o "cumê", cara, como é que você faz? - perguntou ele, fazendo gestos com a mão como se estivesse comendo algo.
- Aaaah, meu amigo, a gente se vira. Manteiga da terra, tapioca, rapadura...
- Viiiixi homi, fale não! - reagiu ele.

Continuamos conversando. Falei para ele que "essa é uma das poucas oportunidades no ano inteiro que tenho de manifestar minha nordestinidade sem problemas", o que ele levou em consideração, percebendo que realmente gosto da banda. Meu amigo chegou junto, após perceber que o cara era realmente acessível pelo fato de minha conversa com ele já estar se alongando, e engrossou a conversa. Aí ficamos trocando ideia. Falamos sobre muitas coisas, sobre o show antigo deles (há quatorze anos atrás aqui) e demais assuntos. Perguntei a ele se ele sente diferença entre os públicos do Sul e do Nordeste. Ele falou que é clara a diferença, que ambos os públicos reagem diferente, que as danças são outras no Nordeste e que músicas que o público de lá gosta mais aqui são outras. Quando o assunto terminou, falei com Ana, a esposa do Virgílio, para que tirasse uma foto nossa. Ficou muito legal (como se pode conferir). Também combinamos de nos encontrar no camarim para trocar ideia.

Aliás, nessa conversa, destaquei a questão que nesse ano a casa teve a ideia de colocar uma grade separando o palco do público. Dengue comentou em seguida, disse que não gostou da ideia e que ia pedir para tirarem a grade. Cinco minutos após nossa conversa, os seguranças estavam tirando a grade. Ou seja, interferi diretamente no show, mesmo que ninguém saiba disso além do meu amigo.

Passaram-se alguns minutos. Nesse período, apareceu Jorge du Peixe para testar o som do microfone. Fui à frente dele (uns dois metros) e gritei: "arreia, Jorge!". Ele sinalizou um "beleza, velho" e já me dei por satisfeito. Fui beber mais.

Aí chegou a tão esperada hora. Os roadies começaram a testar os intrumentos e aí o povo se concentrou próximo ao palco. Após ir algumas vezes ao banheiro, estabeleci meu lugar de frente para o vocalista (Jorge). É, curti o show inteiro a um metro e meio da banda. Novamente. Inclusive, meu joelho ficava na altura do palco, e com a pressão que o público fazia acabei ralando-o durante o show inteiro. Está doendo até agora, inclusive. Isso é que é ser tiete. Aliás, foi tão perto que num determinado momento Du Peixe colocou a mão na minha câmera, porque estava muito perto.

Enfim a banda entrou. Loucura total. O público da casa foi à loucura. Os caras tocaram muito. No começo, por estar muito perto de Jorge du Peixe, não escutava muito bem os vocais. Na verdade, escutava mais a guitarra e as alfaias de maracatu do que qualquer outra coisa. Sinalizei para Dengue - meu novo amigo - que não estava ouvindo Du Peixe. Aí ele explicou, também por sinais, que era pelo fato de eu estar muito próximo ao palco. Aí entendi.

Curti o show dos caras muito próximo, assim como fiz em 2008. Muito foda. Fiz altos vídeos, os quais estão disponíveis no YouTube. Inclusive, comentei com Du Peixe e Pupillo no final: "amanhã vocês já estão no YouTube", o que lhes proporcionou risadas. Também tirei fotos. Só fiquei puto por ter descoberto que minha bateria estava pela metade. Por que nunca está perfeita quando precisamos dela? O fato é que funcionou a noite inteira, felizmente. Obrigado, bateria!

Para minha surpresa, a galera no público reagiu bem melhor do que no show do ano passado. Ainda bem! O pessoal estava animado e cantou o show inteiro junto a Jorge du Peixe. Foi muito bom. Inclusive, Pupillo comentou comigo isso no final do show. Disse que o show deste ano foi melhor que o do ano passado, que a galera participou mais. Ora, divulgaram o show em cima da hora no ano passado, o que não aconteceu esse ano. Foi natural um público maior esse ano, basta a casa de show ser mais organizada!

Após o show, conforme eu tinha combinado com Dengue na conversa antes do show, tratei de entrar no camarim para novamente trocar ideia com a banda. Estava apossado de minha câmera, é lógico. Isso além do encarte do disco a que me referi antes.

Antes de entrarmos, Toca Ogan apareceu com sua namorada e trocou ideia com quem estava ali aguardando. Ofereceu-se para autógrafo e foto. É lógico que aceitei ambos.

Enfim entramos, sensacional! O camarim tinha sido reformado há pouco tempo, então só conhecemos na hora mesmo. Chegando lá, encontramos Lúcio Maia e Dengue logo de cara. Falei:


- E aí Lúcio, parabéns pelo show velho, tocou muito!
- Valeu, cara!

E também:

- Enfim, Dengue, cá estamos! Parabéns pelo show, cara! - isso esperando que ele me reconhecesse.
- E aí, cara, valeu aí! Pode chegar aí... - é, ele me reconheceu.

Nisso ficamos eu, Virgílio, Ana e o cara que faz Direito matutino (o único que tinha uma caneta, para nossa felicidade) trocando ideia com os caras. Perguntei: "ninguém tem uma caneta pra emprestar aí, não?", ao que Aí Lúcio Maia acrescentou:

- Ninguém aí tem um baseado, não?

Rimos. Ano passado, também cometi essa falha, mas Bola Oito me emprestou uma caneta.


Aí fui de encontro a Bola Oito e outro percussionista novo da banda (confesso que não sei o nome). Pegamos autógrafos de ambos e tiramos fotos. Depois, pegamos autógrafo de Pupillo e Du Peixe. E por fim, fomos pegar com Dengue e Lúcio Maia. Aí partimos para as fotos, isso no final do camarim, onde estavam Du Peixe e Pupillo. Tiramos com Du Peixe, Pupillo e Lúcio Maia. Uma das fotos foi tirada por uma menina que estava lá com eles sabe-se lá o porquê. Outra foi tirada por Pupillo, muito solícito.

Aliás, ficamos conversando por um bom tempo com Du Peixe e Pupillo, que foram muito gente fina. Na hora da foto, meu amigo, devido a seu peso, brincou que ia esmagar os caras. Du Peixe comentou:

- Ah, cara, tenho vários amigos que são assim do seu tamanho. Conhece a banda Eddie? - perguntou ele direcionado a meu amigo.
- Sim, banda Eddie lá de Recife! - intervi, demonstrando que conhecia a banda.
- Então, o baterista da banda é grande assim também (risos).
- Hahaha - todos rimos.
- Tem o tecladista da Mombojó que é grande também - comentei, o que fez todos rirem, principalmente Du Peixe e Pupillo, que gostaram da piada.
- Hahaha, é verdade. Chiquinho também é.

Fiquei maravilhado com o fato de a banda rir de uma brincadeira minha, ao que acrescentei: "pô, Chiquinho é reforçado, é ou não é?". Rimos mais.

Também comentei com eles o fato de eu ter gostado de eles terem tocado Siba e a Fuloresta durante o show - mais exatamente, as músicas Será e Bringa. Falei também sobre os recentes lançamentos dos discos de Siba e Roberto Côrrea e também de Comadre Fulozinha.

Após isso, cumprimentamos todos, juramos lealdade ao próximo show e pedimos que voltassem o quanto antes à cidade. Eles assumiram o compromisso, vamos aguardar.

Depois disso, meu amigo e sua esposa foram embora. Fiquei sozinho, fiz amizade com um recifense que mora em Guarapuava. Infelizmente, a mulherada estava fraca. Mesmo assim, fiquei curtindo um sambinha, dançando que só. Depois, fiquei vendo todo o processo de desmonte das coisas da banda. Gostei de ficar vendo, queria ver cada coisa sendo tirada. Nisso, perdi a saída da banda. Besteira minha, ano passado eu até filmei a hora que foram embora. Mas eu já tinha abusado, não precisava mais.

Aí fui pagar. Entreguei meu cartão de débito, porém a máquina não estava funcionando. Estabeleci um compromisso de ir até minha casa, pegar dinheiro e voltar para pagar em 10 minutos. Afinal, a despeito de este país não valorizar a ética, eu trato de fazê-lo. Poderia muito bem não voltar, mas o fiz. Fui até minha casa, peguei o valor em dinheiro, coloquei o MP3 no ouvido com música nordestina (forró e maracatu) e voltei. Quando voltei, o cara falou que a máquina voltara a funcionar. Melhor ainda: paguei com o cartão e fui embora.

Aí fui-me embora, sem conseguir me conter de felicidade. Passei novamente pela frente do mesmo Costelão já citado aqui, onde o pessoal que curtiu o show se concentrou. Realmente, esse ano o público foi bem melhor.

Nação Zumbi, vocês são foda! Chico Science, tu também. Afinal, todos nós sabemos que você estava lá.

Chico eterno! Viva Nação Zumbi!

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3 comentários:

fidellita disse...

Olá!!
Cara, eu fui no show do dia 27 em Curitiba.
O mais doido é que eu tava indo embora já quando o show tinha acabado e do nada vi uma portinha aberta com os caras da banda lá dentro.
Não pensei duas vezes, entrei!
Falei com os caras e perguntei o motivo de eles não terem tocado Jornal da Morte.
Enfim, eles disseram que se eu fosse no show de Ponta Grossa eles tocariam...
Eu fiquei na dúvida, mas quase fui conferir.

Bom, eles tocaram jornal da morte?

Valeu, até mais!

Vinícius disse...

Salve, fidellia.

Então, não tocaram essa música, não. Pelo menos pelo que eu lembro.

Durante o show, pedi a Jorge que tocassem "Upa, Neguinho". Ele falou no palco algo como: "ih, cara, Upa Neguinho é chata para o momento". Não entendi bem. Estava no final do show já, inclusive.

No final, quando fomos conversar com eles, meu amigo perguntou porque não tocam "O Homem da Gravata Florida", do Jorge Ben. Aí Jorge explicou que é porque é outra banda, mas que estava considerando tocar em shows futuros.

Abraços!

William Rosa disse...

Botou pra fuder, Molambo do Serrado.

Desgraçado.
Desgraçado.
Desgraçado.
Engraçado.

Aqui tocaram Jorge Ben, no final do show, eu já estava na fila da caixa (até porque cidade grande, filas pra sair, pra entrar, sacomé..hihihi), mas não lembro que música era.

Eu pedi para o Jorge ME TOCAR, mas ele não curtiu a idéia também, falou que não era o momento.

Talvez se eu cantasse e dançasse "Touch me" ele mudara de idéia, vou tentar na próxima.